Termo de Ajustamento de Conduta TAC garante consulta a comunidades tradicionais sobre Ponte Salvador-Itaparica

Foto: GOVBA/

A Procuradora Geral do Estado da Bahia, Bárbara Camardelli, participou na manha desta segunda-feira (21), na sede da Procuradoria da República na Bahia, da cerimônia de assinatura do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) que formaliza compromissos importantes em torno do processo de licenciamento do Sistema Rodoviário Ponte Salvador–Ilha de Itaparica. O ato contou ainda com a presença da procuradora do estado Gertha Merícia Rios Pinheiro de Almeida, que também atuou no processo, ao lado da procuradora Maira de Souza Queiroz.

O TAC foi celebrado entre o Ministério Público Federal (MPF), a Defensoria Pública da União (DPU), o Estado da Bahia, a Concessionária do Sistema Rodoviário Ponte Salvador-Ilha de Itaparica S.A. e o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (INEMA). O objetivo foi assegurar a realização da consulta prévia, livre e informada às comunidades tradicionais que podem ser afetadas pela construção da ponte, conforme estabelece a Convenção 169 da OIT, ratificada pelo Brasil.

A assinatura ocorreu no âmbito de um Inquérito Civil, instaurado pelo MPF para apurar se as comunidades da Ilha de Itaparica — como pescadores, marisqueiras, quilombolas, povos de terreiro e ciganos — foram efetivamente ouvidas no processo de licenciamento ambiental da obra. Um Mapeamento Êmico, realizado como exigência do INEMA, já identificou mais de 60 localidades tradicionais na Ilha, com detalhamento de territórios, práticas culturais e áreas de uso coletivo.

Compromissos firmados
O termo estabelece obrigações detalhadas para garantir que o processo de consulta respeite os princípios da legalidade, participação e transparência. Entre as medidas previstas, destacam-se: a coordenação do processo de consulta pelo Estado da Bahia, com apoio da Comissão de Consulta Prévia, instituída por portaria conjunta; a contratação de assessoria técnica especializada para apoiar a realização das consultas, audiências públicas, rodas de diálogo e relatórios técnicos; a elaboração de estudos específicos para povos de terreiro, pescadores/marisqueiros e ciganos, com planos de mitigação e compensação; a não interferência da concessionária nas comunidades tradicionais até a conclusão do processo de consulta, excetuadas ações preliminares autorizadas; e o acompanhamento rigoroso por parte do MPF, com reuniões trimestrais e possibilidade de aplicação de multas em caso de descumprimento.

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