Júri de PM acusado de matar dono de lava-jato é adiado

Foto: TV Subaé /

O júri popular do policial militar Roberto Costa Miranda, acusado de matar o empresário José Luiz Borges Santos, em julho do ano passado, em um lava-jato, foi adiado nesta terça-feira (12), em Feira de Santana, segunda maior cidade da Bahia.

A juíza Márcia Simões acatou o pedido do Ministério Público da Bahia (MP-BA) que apontou indícios de falso testemunho no depoimento da esposa da vítima.

De acordo com a promotora de Justiça Marina Neves, a testemunha afirmou que José Luiz possuía uma arma de fogo no local do crime e que teria escondido essa informação porque a filha do casal sofreria abusos sexuais cometidos por ele.

O MP solicitou novas diligências e a abertura de um inquérito para apurar o suposto crime. Como foi a acusação que pediu o adiamento, a promotoria considerou plausível que o réu aguardasse o novo julgamento em liberdade.

O que diz a defesa do PM

O advogado do policial, André Nino, disse que também foi surpreendido pela informação sobre a arma e afirmou que ela reforça a tese de legítima defesa.

“A defesa estava convicta de buscar a absolvição. Essa informação seria um elemento a mais para respaldar a nossa tese”, declarou.

A juíza concedeu liberdade provisória com medidas cautelares para Roberto Costa Miranda. Ele terá que:

  • manter o endereço atualizado
  • informar onde está lotado
  • não se aproximar de testemunhas, especificamente mãe e filha da vítima
  • não praticar crimes

A sessão começou às 9h30 e durou cerca de cinco horas e foi encerrada antes que todas as testemunhas fossem ouvidas. Não há nova data para o julgamento.

Relembre o caso

O crime aconteceu em 22 de julho de 2024, dentro de um lava-jato no bairro Brasília, em Feira de Santana. Câmeras de segurança registraram o momento em que um homem armado, usando capacete, entra no local, persegue José Luiz e dispara várias vezes.

A vítima, de 41 anos, morreu no local. Segundo familiares, horas antes ele havia discutido com o policial após descobrir que o PM teria se relacionado com sua filha quando ela tinha 17 anos.

Lotado na 22ª Companhia da PM em Valença, a cerca de 180 km de Feira de Santana, o policial também é advogado e estudante de medicina. Um dia após o crime, ele se apresentou à delegacia e foi liberado por não estar em flagrante e não haver mandado de prisão preventiva.

Cerca de um mês depois, foi preso pela Corregedoria da PM e estava custodiado no Batalhão de Choque, em Lauro de Freitas, até a decisão desta terça-feira.

Fonte: G1

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