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A esposa do deputado estadual Binho Galinha (Solidariedade), Mayana Cerqueira da Silva foi presa preventivamente pela Polícia Federal, na manhã de ontem no âmbito da Operação Hybris, em Feira de Santana. O objetivo da operação é desarticular uma estruturada e sofisticada organização criminosa especializada na lavagem de capitais oriundo de jogo do bicho, agiotagem, extorsão, receptação qualificada, entre outras infrações penais, atuante em Feira de Santana e cidades do interior da Bahia.
Mayana Cerqueira cumpria prisão domiciliar e estava proibida, por ofício do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), de ter qualquer tipo de contato com o marido. Participaram da Operação Hybris cerca de 200 policiais federais e estaduais, além de 13 Auditores-Fiscais e Analistas Tributários da Receita Federal.
O grupo é especializado em lavagem de dinheiro oriundos de jogo do bicho, além de agiotagem, receptação qualificada, entre outras infrações penais. Binho Galinha quebrou o silêncio após prisão da esposa.
“O deputado estadual Binho Galinha (Patriota) se manifesta para afirmar que está à disposição da Justiça para esclarecer os fatos envolvendo seu nome e de familiares na operação denominada de “El Patron”, deflagrada pela Polícia Federal. Binho Galinha ressalta, ainda, que tem acompanhado os desdobramentos das investigações com tranquilidade e colaborado com o Poder Judiciário. Nesta terça-feira, durante mais uma fase da operação, o deputado Binho Galinha volta a afirmar que jamais praticou os crimes que estão sendo lhe atribuídos e que vai provar sua inocência na Justiça”, diz nota.
Na Operação Hybris, foram cumpridos um mandado prisão preventiva, dezessete mandados de busca e apreensão, bloqueio de aproximadamente R$ 4 milhões das contas bancárias dos investigados, além da suspensão de funções públicas de cinco policiais militares e a suspensão de atividades econômicas de uma empresa, em cumprimento à decisão expedida pelo Juízo da 1º Vara Criminal de Feira de Santana.
Em nota, a Polícia Federal explicou a situação do parlamentar diante das investigações. “Segundo foi apurado, o chefe da organização criminosa atualmente é detentor de foro por prerrogativa de função e, assim, malgrado tal circunstância, faz-se necessário esclarecer que, desde 2018, o Supremo Tribunal Federal vem entendendo que parlamentares serão processados e julgados pela justiça de primeiro grau em caso cometimento de crimes antes da diplomação do cargo e desconexo a ele”, diz nota da PF.
Além disso, a polícia aponta inconsistências nos dados bancários do deputado. “A Receita Federal, em cumprimento à ordem judicial, produziu relatórios apontando inconsistências fiscais dos investigados, movimentação financeira incompatível, assim como a propriedade de bens móveis e imóveis não declarados e indícios de lavagem de dinheiro”, disse.