Caso o atual cenário das contas públicas for mantido, as metas fiscais previstas para 2026 são “inatingíveis”. O alerta foi feito pela Instituição Fiscal Independente (IFI), órgão técnico ligado ao Senado Federal, no 101º Relatório de Acompanhamento Fiscal (RAF).
O documento também aponta para a necessidade de uma reforma fiscal estrutural “urgente” como condição para estancar o crescimento da dívida, preservar o arcabouço fiscal e recuperar a capacidade de investimento do governo.
Segundo a IFI, mesmo com os contingenciamentos de R$ 20,7 bilhões já anunciados para este ano, o déficit primário do governo deve chegar a R$ 83,1 bilhões — valor que será integralmente incorporado à dívida pública.
A instituição projeta que, mantido o atual cenário fiscal, o Brasil enfrentará dificuldades crescentes para cumprir as metas previstas na legislação orçamentária já a partir de 2026.
O relatório ainda mostra que, no cenário atual, a dívida bruta do governo deve saltar de 77,6% do PIB em 2025 para 124,9% em 2035, alcançando 100% do PIB já em 2030.
“As projeções revelam a insustentabilidade do atual regime fiscal, colocam em xeque a sobrevivência do atual arcabouço fiscal”, diz trecho do documento.
Fonte: Agência O Globo