Greve dos médicos em Salvador é encerrada após determinação da Justiça

Foto: Matheus Landim/GOVBA /

Os médicos de Salvador que estavam em greve suspenderam o movimento nesta sexta-feira (1º), após determinação da Justiça que pede o encerramento do movimento. A multa diária em caso de descumprimento é de R$ 50 mil.

A movimentação, iniciada 24h antes, na quinta-feira (31), envolvia médicos que atuam em cinco maternidades e hospitais estaduais localizadas na capital baiana. Os profissionais são contra a mudança do vínculo trabalhista de CLT para PJ.

ENTENDA: o trabalhador CLT é aquele que foi admitido sob o regime de Consolidação das Leis do Trabalho. Enquanto isso, PJ é o profissional que presta serviços sob a figura de Pessoa Jurídica, por meio de um contrato entre a empresa dele e a contratante.

No entanto, a Justiça entendeu o ato como ilegal e abusivo. A ação foi movida pelo Governo do Estado. Em nota, a Secretaria da Saúde da Bahia (Sesab) classificou o movimento como um risco inaceitável à saúde pública e lamentou o ocorrido.

Já o Sindicato dos Médicos do Estado da Bahia (Sindimed) informou, em posicionamento, que, avaliará, junto à categoria, os próximos passos para garantir os direitos dos médicos. A entidade também propôs acordo com a Sesab:

Que os 529 médicos que estão perdendo vínculos CLT assinem um contrato Reda provisório ou CLT com terceirizada, até que as licitações anunciadas aconteçam.

A Sesab não se pronunciou sobre a nova proposta.

  1. Quais eram os serviços afetados?

Segundo o Sindicato dos Médicos do Estado da Bahia (Sindimed), com a greve, ficaram suspensos atendimentos eletivos, clínicos e cirúrgicos, além de fichas verdes (pouco urgente) e azuis (não urgente).

O paciente classificado como verde deve ser atendido com brevidade (de preferência, em até 2 horas após a sua classificação de risco);

O paciente classificado como azul deve, de preferência, ser atendido no mesmo dia, dentro do menor tempo possível para a situação de demanda do serviço, conforme agenda local e pactuação prévia.

A categoria afirmou que ficaram mantidos atendimentos de urgência/emergência e risco de morte.

  1. Quais eram as unidades de saúde afetadas?

O movimento afetou os seguintes locais:

Hospital Geral do Estado (HGE);

Hospital Geral Roberto Santos (HGRS);

Instituto de Perinatologia da Bahia (Iperba);

Maternidade Tsylla Balbino;

Maternidade Albert Sabin.

  1. Quando a decisão foi tomada?

Conforme o Sindimed, a decisão pela greve foi tomada por unanimidade em assembleia convocada na última quinta-feira (24), por profissionais com vínculos CLT, PJ e “sesabeanos”.

4 . Quando a greve se tornou ilegal?

Em nota, a Sesab reforçou que as unidades da rede estadual seguem em funcionamento regular, com assistência à população, e destacou a decisão da Justiça sobre o movimento.

“A medida reforça o entendimento de que a interrupção de serviços essenciais comprometeria a vida e a saúde da população, especialmente de pacientes internados e gestantes de alto risco. A liminar confirma que o movimento configura risco inaceitável à saúde pública”, diz o posicionamento.

  1. Quando a greve se tornou ilegal?

A greve se tornou ilegal nesta sexta-feira, com a decisão do Tribunal de Justiça do estado (TJ-BA), após ação movida pelo Governo do estado. O órgão concedeu liminar, declarando a ilegalidade e abusividade do movimento deflagrado pelo sindicato.

A decisão determinou que o Sindimed suspendesse imediatamente a paralisação, sob pena de multa diária de R$ 50 mil. A liminar considerou que o movimento configura risco “inaceitável” à saúde pública.

  1. Qual a diferença entre CLT e PJ?

A principal diferença entre esses dois modelos é que o colaborador com carteira assinada possui direitos assegurados pelas leis do trabalho, como descanso semanal e férias remuneradas, mas o salário final tende a ser menor se comparado ao de um prestador PJ.

Isso ocorre porque a carga tributária que incide sobre a remuneração do trabalhador sob regime CLT é maior. Isso inclui custos com INSS, Fundo de Garantia (FGTS) e benefícios obrigatórios por lei, como o auxílio-transporte.

Outros recursos, como vale-refeição – que não constam da CLT – podem ser oferecidos por meio de acordos e convenções entre empresas e sindicatos.

Já o profissional PJ tem mais flexibilidade que o CLT porque possui autonomia para definir a própria jornada.

Ele também tem um salário líquido sem abatimentos. Por outro lado, não tem direitos trabalhistas assegurados pela CLT, como o seguro-desemprego.

Fonte: g1

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