A Prefeitura de Salvador, através da Secretaria de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esportes e Lazer (Sempre), registrou nos quatro primeiros dias do Carnaval 83 casos de trabalho infantil nas ruas. Através da campanha “Criança Não é Mão de Obra”, as equipes da Sempre identificam, cadastram e encaminham crianças e adolescentes nesta situação para a rede socioassistencial.
A iniciativa da pasta tem stands espalhados pelos principais circuitos (no Campo Grande, Piedade, Barra e Ondina), além de incluir seis bairros (Cajazeiras, Pau da Lima, Nordeste de Amaralina, Liberdade, Itapuã e Periperi).
O secretário de Promoção Social, Júnior Magalhães, aponta que a campanha de combate ao trabalho infantil durante a festa já é consolidada. “Algumas famílias ainda levam seus filhos e filhas para o trabalho por não terem com quem deixá-los em casa, acreditando que isso é uma forma de proteção. No entanto, essa percepção é equivocada, já que nas ruas as crianças e adolescentes ficam expostos a todo tipo de vulnerabilidade”, diz.
“Por isso, realizamos ações de conscientização com ambulantes, com as famílias e também com o público em geral. A ideia é sensibilizar todos os envolvidos sobre os danos dessa prática para o desenvolvimento das crianças e adolescentes. Além disso, promovemos e destacamos as estratégias, benefícios e programas que o município oferece para apoiar essas famílias, especialmente aquelas que buscam na festividade uma forma de gerar recursos para melhorar sua condição de vida, frequentemente marcada pela pobreza”, acrescenta o titular da Sempre.
Diretor de Proteção Social Especial da Sempre, Wanete Carvalho explica como é feito o trabalho das equipes da pasta. “Nós fazemos as abordagens com o objetivo de coibir o trabalho infantil. Se porventura encontramos alguma criança em situação de vulnerabilidade ou algo que se assemelhe, orientamos a família e levamos a criança até o Salvador Acolhe ou encaminhamos ao Cras”.
Desenvolvido pela Secretaria Municipal de Políticas para Mulheres, Infância e Juventude (SPMJ), o Salvador Acolhe tem cinco unidades onde ambulantes cadastrados para trabalhar no Carnaval podem deixar seus filhos sob os cuidados da Prefeitura.
“Criança não trabalha. O trabalho infantil é uma exploração indevida e causa diversos prejuízos à criança. E o papel da Prefeitura é coibir esse tipo de situação. Aliado a isso, também vamos em busca de pessoas em situação de rua ou qualquer tipo de vulnerabilidade para socorrê-las e garantir os seus direitos”, acrescenta o diretor da Sempre.
Reportagem: Mateus Soares e Rodrigo Aguiar / Secom PMS